11 NOV 2016

A defesa dos direitos humanos

Parece que é mesmo verdade que quanto mais o mundo cresce em cultura, conhecimento, riqueza mais aumentam as injustiças, a exploração

de seres humanos, a violência, etc.

Em outras palavras, aumentam os meios de exclusão das pessoas ao invés da inclusão. A Igreja vem acompanhando estes movimentos e precisa tomar atitudes e criar mecanismos para ajudar as pessoas a perceberem a realidade e jogar a luz do Evangelho de Nosso Senhor para iluminar a escuridão do pecado. A Campanha da Fraternidade, da CNBB, tem ajudado a mostrar muitas dessas mazelas na sociedade brasileira. De acordo com a CF 2014: “O Tráfi co Humano viola a grandeza de filhos, é cerceamento da liberdade e o desprezo da dignidade dos fi lhos e fi lhas de Deus. Resgatar essa dignidade, identifi car as práticas de tráfi co humano e denunciá-lo foram objetivos dessa Campanha da Fraternidade”

(cf. Texto Base, CF 2014). Esta mesma Campanha da Fraternidade apontou várias modalidades do Tráfi co Humano: Tráfi co para a exploração no trabalho, para exploração sexual, para extração de órgãos, para adoção de crianças, para exploração da forçade trabalho, para atividade ilícita. Configura-se também como crime organizado, em rotas nacionais e internacionais, pela invisibilidade

ajudada pela falta de denúncia e pelo aliciamento e a coação. É um crime de Lesa Humanidade, que afronta contra a dignidade e os direitos da pessoa humana. Desde o ano de 2012 existe, na CNBB, o Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Tráfico Humano e era composto por várias Pastorais, Organismos e Instituições.

Agora foi proposta, e aprovada a Comissão Especial da CNBB para o Enfrentamento do Tráfico Humano, que possa assumir em caráter mais estável, na estrutura da CNBB, a missão de contribuir para que a presença viva e profética da Igreja continue promovendo a vigilância e as ações de enfrentamento ao Tráfi co Humano. O Papa Francisco chama atenção: “A Igreja é chamada a empenhar-se para ser fi el às pessoas, ainda mais se consideradas as situações onde se tocam as chagas e os sofrimentos mais dramáticos” (Encontro recente sobre criminalidade organizada e as formas de escravidão, na Casina Pio IV, no Vaticano).

SERÃO VÁRIAS AS ATRIBUIÇÕES DESTA NOVA COMISSÃO ESPECIAL.

CITO APENAS ALGUMAS:

1. Definir um Plano de Ação da CNBB para fortalecer o enfrentamento ao tráfico humano, promovendo a articulação e o diálogo permanente entre as distintas iniciativas existentes no seio da Igreja brasileira e em parceria com outros segmentos sociais;

2. Mapear as iniciativas pastorais e eclesiais relacionadas a essa temática e manter sua atualização;

3. Criar estratégias para ampliar a visibilidade do Tráfico Humano na Igreja e na Sociedade;

4. Articular e apoiar processos formativos nos Regionais da CNBB, para multiplicar a capacidade de levar adiante o Enfrentamento ao Tráfico Humano, etc.

No meu modo de entender, esta é uma boa notícia. Esta comissão se ocupará também com a problemática da escravidão que continua sendo uma chaga aberta mesmo nos tempos de hoje que, cremos, sejam mais civilizados que outros. Esperamos que consiga fazer um grande trabalho e ajude muitas pessoas a se libertarem das “garras de homens e mulheres gananciosos” e, mais ainda, das garras do pecado e da injustiça e se voltarem mais para Deus.

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