11 SET 2014

A igreja e a maçonaria

De tempos em tempos volta entre as lideranças e o povo a questão do relacionamento da Igreja com a maçonaria, mesmo que o pensamento da Igreja permaneça inalterado faz muito tempo. Como a nossa missão é a de orientar as consciências das pessoas na sua tomada de decisões, os padres da diocese me pediram um esclarecimento sobre este assunto.
A questão interessa a todas as lideranças, presbíteros, ministros, coordenadores de pastorais e movimentos, etc. No dia 26 de novembro de 1983, a Congregação para a Doutrina da Fé expediu o documento intitulado Declaração sobre a Maçonaria, esclarecendo a manutenção do posicionamento da Igreja:
“Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da maçonaria pelo fato que no novo Código de Direito Canônico ela não vem expressamente mencionada como no Código anterior.
Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um critério redacional seguido também quanto às outras associações igualmente não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.
Permanece, portanto, imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão.
Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas com um juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido, e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada Congregação, de 17 de fevereiro de 1981” (cf. AAS 73, 1981, p. 240-241).

Partindo do próprio documento citado e de um artigo do Pe. Paulo Ricardo (Um católico pode ser maçon? – www.padrepauloricardo.org) permanece a pergunta: Quais princípios da maçonaria são inconciliáveis com a fé cristã?
A Igreja sempre viu na maçonaria um forte naturalismo racionalista, ou seja, “não há intervenção do divino na história, não há sobrenatural e a religião é apenas um esforço do ser humano que busca os vestígios de Deus nas realidades inteligíveis, de tal forma que, através desse racionalismo, se possa conhecer o Grande Arquiteto do Universo”. Deixam de lado todo o Mistério Pascal de Jesus Cristo.
Outro elemento importante: “As instituições religiosas seriam todas boas, posto que criações humanas. Esse pensamento é totalmente contrário à fé católica. A Maçonaria professa claramente o relativismo, o qual não se coaduna em absoluto com o ensinamento dos Santos Padres”. Seriam, também, todos os princípios religiosos que brotam da Sagrada Escritura e da reflexão da Igreja (discípulos de Jesus Cristo) relativos? Não há nada de “verdade” nesta Palavra de Deus?
A alegação de que a maçonaria é uma organização que reúne os homens de boa vontade e que os seus membros são livres para crer, não procede, vez que ela possui um sistema progressivo de símbolos extremamente absorventes. “Existe uma série de princípios que são assimilados progressivamente pelo simbolismo maçônico e ainda o arcano, ou seja, o segredo maçônico. A existência de um segredo significa que existem pessoas que conhecem algo que não é compartilhado com os demais membros e, na medida em que se cumprem certas práticas e se fazem certos juramentos de fidelidade, vai-se avançando no conhecimento. Quando se alcança o grau máximo, conhece-se o segredo completo, contudo, até lá a pessoa já está completa e irremediavelmente envolvida”.
Que todos possam crescer com autenticidade na fé em Jesus Cristo e no seu discipulado. N’Ele vamos sempre encontrar a verdade e o caminho para a nossa salvação. Crer em Jesus Cristo é livrar-se de qualquer coisa que possa obscurecer o brilho da fé e o tesouro que encontramos ao nos encontrar com Ele.

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