17 FEV 2021

[Artigo Pe. Maycon Renan] Quaresma, tempo de conversão e penitência!

Irmãos e irmãs, mais uma vez temos a graça de vivenciarmos esse grande retiro espiritual anual. A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quinta-feira Santa pela manhã, pois na noite do mesmo dia começa o Tríduo Pascal. Para a contagem dos 40  dias, se calcula começando na Quarta-feira de Cinzas até o Sábado Santo, tirando os domingos. Dá 40 dias certinho!

Na verdade, o número 40 é simbólico. É inspirado nos 40 dias que Jesus foi para o deserto e lá foi tentado pelo diabo. Jesus travou um combate espiritual no deserto. Também 40 foi o número de anos em que o povo de Deus caminhou pelo deserto em busca da Terra Prometida. E o número 40 também está ligado aos 400 anos em que o povo de Deus foi escravo na Terra do Egito.

Talvez muita gente não compreende bem a dinâmica do ano litúrgico e pode dizer: mas vamos fazer tudo de novo? Vamos começar de novo a mesma coisa? Absolutamente não! O ano litúrgico não é como um círculo em que depois que acaba se começa tudo de novo. O ano litúrgico deve ser vivenciado como um espiral. Nós chegamos em mais uma Quaresma, mas não estamos do mesmo jeito em que estávamos no ano passado. Certamente a nossa fé já não é a mesma.

A Quaresma é um tempo de conversão e penitência que a Igreja propõe para nos prepararmos bem para celebrarmos a mais santa, mais solene e mais antiga das festas cristãs: a festa da Páscoa do Senhor. É pela Páscoa do Senhor que nós somos cristãos e é pela Páscoa do Senhor que nós temos esperança em Cristo, nesta vida e na outra.

A Quarta-feira de cinzas é dia de penitência, jejum e abstinência de carne. O jejum eclesiástico consiste em fazer apenas uma (1) refeição completa durante o dia. É possível, no entanto, fazer duas refeições menores. A abstinência de carne deve ser de aves e mamíferos, isto é, de animais de sangue quente. Na Quarta-feira de Cinzas vamos à missa e recebemos as cinzas sobre as nossas cabeças, significando que somos necessitados sempre de conversão.

A Quaresma toda é um “combate” espiritual, e a Igreja oferece cinco armas que nos ajudam nesse “combate”: 1º Oração (aumentar a oração); 2º Penitência na comida (tirar algo, exceto aos domingos, pois domingos são em honra da ressurreição); 3º Esmola ou caridade (abrir as mãos e o coração, ajudar o próximo); 4º Ler um livro completo da Sagrada Escritura (Êxodo, Números, Deuteronômio ou Evangelho de Marcos – escolher um); e 5º Combater um vício. Claro que é fundamental procurar se confessar para celebrar bem a Santa Páscoa.

Na vigília pascal, com as velas acesas, vamos renunciar ao mal e renovar as nossas promessas batismais com Cristo, por Cristo e em Cristo. Aproveitemos esse tempo bonito de conversão que é a Quaresma, para melhorarmos enquanto cristãos. Vivenciemos esta Quaresma com fé e entusiasmo. Que não seja apenas mais uma Quaresma simplesmente, mas que ela seja como se fosse a primeira e a última da nossa vida.

Fonte: Diocese de Paranavaí
Autor: Pe. Maycon Renan - Amaporã

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